De origem grega, o termo liturgia, LIT (povo, comunidade), + URGIA (serviço, obra, ação), expressa a ação do povo e a ação em favor do povo. Neste sentido o primeiro e maior liturgo é a Santíssima Trindade: Deus Pai com a CRIAÇÃO; Deus Filho com a SALVAÇÃO; Deus Espírito Santo com a SANTIFICAÇÃO (Cf. CIC 1077-1109). Essa ação da Trindade em favor da humanidade é a primeira e mais perfeita liturgia. Ao experimentar esse Deus que se inclina em favor da humanidade gera em nós também a liturgia... quando gratuitamente nos colocamos a serviço do outro.
Liturgia é também celebração. Celebrar é tornar célebre, importante, valorizar algum acontecimento. É uma necessidade humana, é expressar e aprofundar o sentido da existência. Assim, num aniversário, proclamamos o sentido da vida; nos jogos olímpicos, a unidade e integração entre os povos; nas festas religiosas, que alguém olha por nós.
A liturgia cristã nasce dessas duas perspectivas: celebramos a ação de Deus em favor do seu povo. Tornamos célebre a obra salvífica de Deus, o Mistério Pascal: Celebração da obra de Deus realizada em Cristo (sua paixão, morte, ressurreição e glorificação). É este o acontecimento central de nossa fé. E é em torno dele, que em algum lugar do mundo, neste exato momento, há uma comunidade reunida para celebrar... seja para partir o pão na Eucaristia, para acolher os nascidos pela água do Batismo, para selar a união do matrimônio, ou ainda para rezar a Liturgia das Horas, ou pelas exéquias celebrar a páscoa de um ente querido.
Assim, liturgia significa que o povo de Deus toma parte na “obra de Deus”, e pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo Sacerdote, continua na Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção. Na celebração litúrgica, a Igreja é serva à imagem do seu Senhor, o único “liturgo”, participando do seu sacerdócio (culto) profético (anúncio) e régio (serviço da caridade). Assim, em nós e por nós, membros do seu Corpo, Cristo continua sua obra de santificação do ser humano e glorificação do Pai. Sua “Liturgia” continua sendo “celebrada” de inúmeras maneiras, “mediante sinais sensíveis”.
Liturgia é, portanto, muito mais que um conjunto de ritos... participar dela, vai muito além de fazer uma leitura, ou levantar os braços e bater palma... Liturgia é tornar celebre o mistério da nossa salvação, atualizando, fazendo sua memória, cumprindo o mandato de Jesus: “Fazei isto em memória de Mim” (Lc 22,19) como veremos nos próximos artigos.
Texto: Pe Thiago Faccini Paro
Imagem: Domínio público
Publicado originalmente no informativo paroquial da Paróquia de São José do Belém, São Paulo/SP
Ao entrar na igreja, devemos sempre nos colocar em oração e no silêncio nos preparar para a celebração, pois ao atravessar a porta, entramos num lugar sagrado.
Continue lendoO símbolo, portanto, em seu sentido antropológico é um conjunto de elementos sensíveis em que os homens, seguindo o dinamismo das imagens, captam significados que transcendem as realidades concretas.
Continue lendoCom o gesto simbólico, na última ceia, em que usou pão e vinho, Jesus expressou, sua entrega total ao Pai, a realização da nova e terna aliança e a vinda do Reino...
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