Jesus era judeu, celebrava anualmente a Páscoa Judaica, que fazia memória da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito. Porém, em sua última ceia pascal, Jesus ao celebrá-la com os discípulos, dá um novo sentido ao rito, não mais como libertação do Egito, mas agora como libertação total do pecado, da morte. A torna prefiguração da nova libertação, da nova e eterna aliança: Sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Com o gesto simbólico, na última ceia, em que usou pão e vinho, Jesus expressou, sua entrega total ao Pai, a realização da nova e terna aliança e a vinda do Reino... Esse gesto entrou depois para a história. Pois cumprindo o seu mandato, os discípulos de Jesus continuaram e continuam a realizar o mesmo gesto para fazer memória de Jesus, de sua morte e ressurreição. O gesto virou “rito”.
Etimologicamente a palavra rito vem do latim ritus, que indica ordem estabelecida. Nesse sentido, rito é a ordem estabelecida ou prescrita por um grupo, trazendo harmonia e ritmo, fazendo com que a ação flua ordenadamente. O termo faz referência a uma ação realizada em um determinado tempo e espaço, diferente das ações da vida e do comportamento cotidiano, realizadas no seio de uma religião ou de uma cultura e reconhecidos como tais. Foi o caso da última ceia celebrada por Jesus, uma ação diferente, que marcou a vida dos discípulos, que repetida de maneira ordenada, ou seja, ritual, feita com arte e ritmo, que nos remete ao evento originário e fundante: a Páscoa Cristã, o mistério da nossa salvação.
Pensemos numa orquestra com vários instrumentos... cada instrumentista tem uma partitura. Essa partitura não é a música... Se tornará música a partir do momento em que cada instrumento for tocado, respeitando cada nota e o seu tempo. Do mesmo modo os ritos litúrgicos, descrita nos livros, só se tornarão liturgia à medida que forem executados, de maneira consciente, respeitando sua sequência e ritmo. Para isso, como numa orquestra é preciso muito ensaio, é preciso distribuir com antecedência cada serviço e ministério, para que o rito flua de maneira ordenada e alcance a mente e o coração de cada fiel que ali celebra. O rito em sua dinâmica é, portanto, a linguagem própria da liturgia indispensável para expressar e experimentar a fé.
Assim podemos concluir que não existe rito sem Tradição... e não existe liturgia sem ritualidade!
Texto: Pe. Thiago Faccini Paro
Imagem: Domínio público
Publicado originalmente no informativo paroquial da Paróquia de São José do Belém, São Paulo/SP
Ao entrar na igreja, devemos sempre nos colocar em oração e no silêncio nos preparar para a celebração, pois ao atravessar a porta, entramos num lugar sagrado.
Continue lendoO símbolo, portanto, em seu sentido antropológico é um conjunto de elementos sensíveis em que os homens, seguindo o dinamismo das imagens, captam significados que transcendem as realidades concretas.
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